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quarta-feira, janeiro 10, 2007

O Pará debate o código de ética

Em agosto, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) promoverá em Vitória (ES) um Congresso Nacional onde será pautada uma reformulação no Código de Ética dos Jornalistas, aqui no Pará, o Sindicato dos Jornalistas (SINJOR) promoveu, na última terça-feira, um debate onde foram apresentadas as propostas do SINJOR/Pa que serão levadas ao congresso da FENAJ em agosto.
A mesa foi composta pela presidente da diretoria executiva do SINJOR, Carmem Silva; A deputada estadual Araceli Lemos (PSOL); a secretária estadual de justiça Socorro Gomes e a vereadora Vanessa Vasconcelos.
A democratização da informação foi apontada como uma das principais maneiras de se conseguir uma efetivação no código de ética dos jornalistas, visto que, a exemplo do estado do Pará, os meios de informação são manipulados por grupos políticos antagônicos e a imparcialidade na cobertura dos fatos é brutalmente descartada, submetendo o profissional a uma frustração e impotência no exercício da profissão. A última reformulação feita no CEJ foi em 1987, coroando a tão sonhada redemocratização do Brasil.
É de se concordar quando é citada a manipulação a qual os meios de comunicação no Pará sofrem, o que esperamos agora é uma real democratização dos meios de informação que podem vir com a execução de Rádios Comunitárias, processo extremamamente burocrático, mas que precisa ser cauteloso e por fim a inserção de canais de Tv Comunitários que se tornará possível com a implementação do modelo de TV Digital.

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CÂMBIO E DESLIGO
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Thiago Viana

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Há lugares comuns que reacionários jamais deveriam ir


Primeiramente gostaria de acalmar meu amigo Joaquim:
- Não Joaquim, não será uma crítica do filme!

O.o
"Noussa, um assunto polêmico... é só eu me posicionar do lado politicamente correto e farei meu papel de pessoa politizada."

Esse deve ser o primeiro pensamento que passa pela cabeça dos já chamados reaccionários, que já foram esteriotipados como os guardiões do sectários da reação política ou social. O mais novo alvo dos nossos amigos é o filme TURISTAS que estreou em 1º de Dezembro nos Estados Unidos e deve chegar ao Brasil já nas próximas semanas.
O filme dirigido por John Stockwell (Gostosa Loucura, 2001), conta a história de um grupo de mochileiros, amigos de faculdade, que têm problemas com o ônibus próximo a uma praia durante um passeio de férias pela costa brasileira. Dois deles são drogados e seqüestrados por uma máfia que comercializa órgão humanos.

O canal utilizado pelos nossos amigos "reaças" são principalmentre emails proferindo o mais duro protesto ao filme e defendendo árduamente a nossa querida pátria amada salve, salve. Estou escrevendo esse texto porque bem antes da estréia do filme alguns já me importunavam enchendo minha caixa de email com os seguintes: BOICOTE, DIGA NÃO AO FILME TURISTAS, NÃO DÊ DINHEIRO PRA QUEM FALA MAL DO BRASIL e coisas parecidas.
Segue aí um trecho do mais famoso deles:

(...) Para quem não sabe, o filme conta a história de 6 jovens americanos que vêm ao Brasil de férias. Chegando aqui tomam uma caipirinha com ‘boa noite cinderela’, são assaltados, sequestrados,torturados e por fim têm os órgãos roubados por traficantes da industria negra dos transplantes. Alguns morrem e mesmo os que
sobrevivem não têm um final feliz.
O filme é classificado como TERROR, comparado ao filme ‘O Albergue’, e a EMBRATUR já está tão preocupada com a péssima repercussão do filme lá fora que, temendo uma queda brusca na receita do país vinda do turismo internacional, já está preparando campanhas intensas para serem veiculadas lá fora e tentar minimizar os estragos. Façamos então a nossa parte. Vamos fazer deste absurdo, pelo menos aqui no Brasil, um fracasso total de bilheteria.

NÃO ASSISTAM, NÃO DÊEM $$$ A UMA PRODUÇÃO QUE SÓ VISA DENEGRIR
NOSSA IMAGEM.

Só pra se ter uma idéia, o trailer começa com a frase: ‘Num
país onde vale tudo, tudo pode acontecer!!!’(...)


Por favor né, só nesse trecho já temos pelo menos duas coisas a discutir. Como o próprio autor diz, o filme é comparado a "O Albergue" (Eli Roth, 2005), que foi rodado na Eslováquia, um movimento parecido surgiu por lá com a mesma preocupação, "manchar" a imagem do país internacionalmente, mas o filme em nada interferiu na atividade turística de lá. Se isso acontecer no Brasil, certamente não será por causa do filme que já tem precedentes idênticos. O texto acima também relata que a Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR)está temerosa com a queda na receita do turismo internacional que o filme pode causar. Será realmente que os gringos deixarão de vir para o carnaval do Rio de Janeiro com medo de terem seus órgãos retirados e vendidos no mercado afro-descendente? Ou o maior medo é não conseguir voltar pra casa por conta da crise no espaço aéreo brasileiro? Isso sem falar no transtorno que se encontra os principais aeroportos há pelo menos trêss meses.
O Brasil não precisa de qualquer ficçãozinha pra denegrir a sua imagem, isso passa por cima de uma simples abordagem cinematográfica, já diz o critíco de cinema Marcelo Milici: "a imagem que o Brasil passa ao mundo é baseada nas constantes crise e casos de corrupção."- o que não deixa de ser a mais pura e escancarada verdade.
Não devemos nos preocupar com um filme que ficará 2 ou 3 meses em cartaz mas com aqueles caras que farão a imagem do país por no mínimo 4 anos. As pessoas fazem um escarcéu por conta de um filme desses, mas esquecem que um cara que passou quase todo o anos de 2006 na cadeiafoi o deputado federal mais votado em todo o país.

Meus amigos "reaças" temos coisa mais importantes pra se preocupar, deixemos de lado as besteiras disfarçadas de militância nacionalista e atentemos para os "Jáders", "Malufs" e "Clodovis" que são bem mais tenebrosos.

Assistam TURISTAS e divirtam-se.
Trailer do Filme:
http://www.youtube.com/watch?v=3_mohaBi6pI

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CÂMBIO E DESLIGO
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Thiago Viana

Imagens: Internet e Divulgação

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Feliz Governo Novo


Ao findar de 31 de Dezembro de 2007 não dá nem ao menos para dizer que o ano foi a mesmice de sempre, já no 1º dia do ano o último tijolo do império tucano juntou-se ao resto das ruínas com a posse da primeira governadora eleita pelo povo paraense. Isso também é outra novidade.
Engana-se você, caro leitor se acha que este texto é de um petista comemorando o fim da era “psdbista”. Com o sempre digo, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa. Comemorando o fim do tucanado sim, mas daí a ser petista, isso é uma outra história. Já vesti, sim, uma camiseta em apoio à Ana Júlia para a prefeitura da capital paraense em 2004, isso no segundo turno por não querer o então rival Duciomar Costa no comando da cidade, mas isso foi pura ingenuidade.
Agora, confesso que votei em apenas um candidato nos dois turnos das eleições de 2006, Ana Júlia Carepa. Não pelo fato de confiar plenamente em sua capacidade de pôr este pobre rico estado nos eixos, até porque a plenitude já se esgotou bem antes dos 12 anos do PSB. Sempre digo que não votei em Ana Júlia, e se me apontarem em acusação eu nego dizendo – Votei contra Almir Gabriel e contra o PSDB – Partido que, no Pará, pouco está até para a classe média, isso para não mencionar os menos providos de recursos.

Na segunda-feira assistia à posse de sua nova governadora, meu caro leitor, e em total incoerência com o início desse texto, digo-lhe que nada me surpreendeu, até porque já vinha de uma decepção com a estréia da versão (des)animada do seriado Chaves no SBT e, assistindo à posse da governadora, nenhuma faísca de esperança se manifestou na pessoa que vos escreve, e isso bem no dia em que celebramos o dia da tal esperança.

Mas vale comentar aqui o espetáculo que estava a primeira filha e o majestoso cocar indígena que insistia em tomar a atenção durante toda a cerimônia, cocar este que por tradição não traz bons fluídos pra quem o usa, é só lembrar o que aconteceu com aqueles que já usaram: Figueiredo que morreu antes de assumir, Ulisses Guimarães que jaz no fundo do mar até hoje e Fernando Collor impedido após pressão popular. Não há de ser nada. Ah, e o que não poderia deixar de constar era a presença de toda a corja PSDBista que subiu ao palanque para entregar a faixa à governadora, como não poderia deixar de ser, o ex-governador Simão Jatene acompanhado de sua esposa Ana Jatene e a ex-vice Valéria Pires Franco com o marido, o deputado Vic Pires Franco, tudo na mais simpática falsidade.
Só o que podemos fazer agora é sentar e esperar o momento certo para que todos se levantem e proclamem a maldita afirmação em tom interrogativo que certamente não tardará em vir: EU NÃO DISSE?!


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CÂMBIO E DESLIGO!!
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Ilustracão: ATORRES (Diário do Pará, 2 de Janeiro de 2007)

Thiago Viana